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sexta-feira, 15 de abril de 2011

RESENHA DESCRITIVA DO LIVRO A VIDA NO ORKUT NARRATIVAS E APRENDIZAGENS NAS REDES SOCIAIS.

O livro organizado por Edvaldo Souza Couto e Telma Brito Rocha nos traz ensaios resultado de pesquisas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado por professores em diferentes momentos de sua carreira. Cada um a seu modo procura discutir a complexidade e a variedade de vivências, bem como as possibilidades de interação no Orkut. Os ensaios abordam temas como as identidades, a estética corporal, o internetês, as representações de professores  e da escola, os discursos sobre a velhice, as imagens de família, as relações de fascínio, ideias de felicidade, os significados e sentidos que os participantes tecem nas redes sociais. A intenção do livro é ampliar debates acerca desses temas ressaltam os autores.

Identidades Contemporâneas
Nesse capítulo o professor Edvaldo Couto e Telma Brito mostram resultados dos diversos discursos e contradições no qual estamos envolvidos. As identidades estão em constante construção, desconstrução e reconstrução, vivendo numa era de hibridentidades, onde não faz sentido classifica-la como verdadeira ou falsa. No ciberespaço as identidades são mais ou menos inventadas e as com – fusões são mais importantes que as definições limitadas e empobrecidas. Essa diversidade permite aos indivíduos a experimentação, a invenção, a redefinição e a exibição de múltiplas identidades.

Imagens de Família na Internet
A pesquisa feita pelas professoras Lígia Diogo e Paula Sibilia nos mostra que o Orkut permite conhecer pessoas, se fazer conhecer e possibilita e estimula os usuários a mudarem, que deixem de ser aqueles que eram antes, reinventando  sempre.  Não há estabilidade e durabilidade para as personalidades contemporâneas, também não faz sentido haver para fotografia, mesmo fotografias de família. Por tudo isso os novos álbuns familiares tem deixado de ser materiais duráveis, que eram guardados eternamente e se tornam no Orkut uma espécie de vitrine.
Por Favor, Aula Hoje Não!
Nesse artigo a autora procura chamar atenção para as comunidades do Orkut que expõe  comentários ofensivos aos professores. A partir da comunidade existente no Orkut, que deu origem seu artigo, Leila Bergmann, procura chamar atenção sobre o impacto das transformações de nosso tempo em que nós educadores somos obrigados a repensar a escola e sua temporalidade. Essa comunidade, bem como outras tantas soa como um grito de alerta para que no meio das discussões surjam ideias a respeito das novas tecnologias e das comunidades que repele os professores da escola de hoje. Esta não pode ser mais uma ferramenta ou uma técnica a serviço de um abismo entre o professor e aluno.

A Escrita no Orkut
Tadeu Bisognin e Maria Finatto traz em seu texto reflexões sobre o internetês, uma forma de adaptação da escrita, necessária aos tempos modernos. Escrever online induziu inovações, principalmente pela velocidade que se precisa dar aquilo que se transmite. Assim surge essa escrita particular. Os autores explicam em seu texto que esse tipo de escrita é algo a ser estudado e não abominado e que a escola precisa está atenta às adaptações da língua aos novos tempos, levando os alunos a refletirem sobre a comunicação existente em variados níveis e meios de linguagem.

Se ( R) Ver Entre Línguas
José Fernandes e Deusa Passos relatam em seu texto que redes sociais como o orkut vem obtendo massiva adesão de usuários em todo o mundo. Na pesquisa dos autores cerca de 70% dos participantes são brasileiros e que estes buscavam compartilhar além de amigos, discussão de todos os temas, a Língua Inglesa. O aprendizado de uma língua estrangeira sugerem que esta ainda é tratada como estatus em relação a língua materna. Há uma necessidade de práticas que integrem a Língua Materna e Língua Inglesa e suas respectivas histórias e culturas, sem a exclusão de uma em favor de outra, ainda parece encontrar formas robustas e abundantes de resistência no contexto brasileiro de ensino da Língua Inglesa concluem os autores.

A Vivência no Orkut no Espaço Público
Texto de Joseilda Sampaio e Maria Helena Bonilla, trata do tabuleiro digital. Um projeto desenvolvido por Nelson Pretto, que procura atender uma parcela da população que não tem acesso às TIC, ou seja promover a inclusão digital. Estar imersos nessas dinâmicas  interagindo, produzindo, criando, seja a partir das comunidades do Orkut ou de qualquer outro ambiente é o que propõe o Tabuleiro digital. Os autores comentam que a liberdade é uma das características do projeto, buscando um acesso pleno ao mundo da comunicação e da informação. A adoção de Software Livre, como opção foi uma escolha natural já que o mesmo permite aprimoramento e adaptação do sistema. O Tabuleiro Digital está instalado na Faculdade de Educação da UFBA, com uma finalidade educacional não restrita, mas também para um processo educacional em sentido amplo, que incorpora a cultura, analógica e digital, a comunicação, a ética, a cidadania na formação dos sujeitos relata os autores.

A Relação de Fascínio pelo Orkut
Nesse texto a autora Rosângela Medeiros procura investigar porque os jovens se fascinam pelo Orkut. Nessa reflexão ela coloca que o Orkut não é  um monstro solitário, desconectado do mundo que produz adolescentes pseudofamosos. Não é ele que reduz a amizades em números. O Orkut é um meio que amplifica os ideais e as relações postas na contemporaneidade. Existe uma sedução, mas também existe um sujeito que deixa seduzir. È sujeito do desejo, de lógica de consumo, da publicidade, do sonho. Desejo de ser outra pessoa que foge da sua falta. Falta psíquica, falta vivenciada no dia a dia pelas dificuldades econômicas, falta de acesso. A autora fala também que a periferia da maior metrópole da América Latina( São Paulo) é também a periferia digital, já que sua pesquisa que deu origem a esse artigo foi na escola Municipal João XXIII em São Paulo. Finalmente a autora questiona em que e como se funda a sociedade e para quem ela está servindo situando a cibercultura, o Orkut como fenômenos desta sociedade que precisa de outras práticas e ideais. Ideais que permitam a reflexão, a socialização de produção e apropriação da tecnologia e dos bens de consumo.

O Orkut e a Velhice
Maria de Fátima Brandão e Rosa Maria Silveira tecem considerações sobre as comunidades do Orkut que tematizam os idosos. Por um lado esses espaços menosprezam e zombam do velho e por outro os representam com admiração através das associações aos avós. Em seu texto percebe-se um olhar atento para a influência que as pedagogias culturais exercem na produção de identidades e subjetividade. As autoras procuraram ver como os jovens falam e de onde falam para representar os velhos e como eles repassam a outros jovens marcas identitárias que definem quem é velho e como se deve ser velho.

Corpos Gordos no Orkut: escritas sobre si e os outros
Elisabete Garbin e Viviane Camozzato, dialogam na sua pesquisa a partir da inquietação: como são tornadas possíveis escritas na internet que demonstram o ódio a pessoas gordas? E escolhem dentre outros, comunidades do Orkut para tratar desse tema, percebendo-se uma escrita bruta, escancarada e crua, diferente de outros espaços, onde narrativas de si e do outro não são visíveis. O Orkut segundo a pesquisa das autoras, constitui-se como um laboratório para produção de identidades e subjetividades, então o corpo de cada um de nós encontra-se também dentro dessa discussão.

Ideais de Felicidade em Comunidades Virtuais
Márcio Gondim e Maria de Fátima Severiano investigam atributos psicossociais, tais como a beleza, a diferenciação e a visibilidade, compreendidos como ideais de felicidade no ciberespaço. Estes, são cada vez mais destacados e enfatizados pela indústria cultural, especificamente em serviços virtuais como o Orkut. As identidades dos jovens integrantes dessas comunidades aparentaram estar direta ou indiretamente subordinada à apropriação desse serviço que repercute em sua vida cotidiana, exercendo papel significativo.

Nas Teias do Orkut: significados e sentidos construídos por um grupo de usuários.
Camila Santana e Lynn Alves, buscaram investigar quais as potencialidades de aprendizagem no Orkut, a partir dos espaços de interação das redes sociais proporcionados através dele. As potencialidades do Orkut estão relacionadas à interação através de intercâmbios de cultura e informações. A aprendizagem dos espaços do Orkut podem ser construídas a partir da análise das opiniões com o intuito de compreender o mundo de forma globalizada, ressalta as autoras.




terça-feira, 12 de abril de 2011

CONCEITO DE CIBERCULTURA

A cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, informação e a cultura. Trata-se de uma nova relação entre tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura contemporânea (Lemos, 2002).

A cibercultura caracteriza-se pela liberação do pólo da emissão onde tudo pode na internet. O princípio de conexão em rede pois a rede está em todos os lugares. E finalmente a reconfiguração de formatos midiáticos e práticas sociais.

Na cibercultura, novos critério de criação, criatividade e obra surgem a partir de outros formatos, modalidades ou tecnologias, potencializados pelas características das ferramentas digitais e pela dinâmica da sociedade contemporânea.  Na cibercultura todos são estimulados a produzir, distribuir e reciclar conteúdos.

SOFTWARE LIVRE

DO SOFTWARE LIVRE ÀS SOCIEDADES DE CONHECIMENTO LIVRE
Reflexão do texto de Hernán López-Garay
Nos anos 80 surge um movimento tecnológico que ergue a voz para sociedade mundial porque vê suas liberdades criativas no desenvolvimento de software. Esse movimento foi idealizado por Richard Stallman.
Garay deixa claro em seu texto que esse movimento é bem conhecido e chama atenção para o desenvolvimento de software livre que requer vários olhos para observá-lo,  várias mãos para corrigi-lo e reescreve-lo. Essa tarefa precisa de liberdade para difundir esse software, para mudá-lo, reproduzi-lo e debatê-lo. Restringir o desenvolvimento da tecnologia de software é restringir o direito que os cidadãos têm de gozar dos benefícios econômicos, políticos e culturais da informatização.

EDUCAÇÃO E PIERRE LÉVY

A Educação necessita de uma revolução curricular que contemple as dimensões da sociedade em rede onde o processo de aprendizagem não aconteça apenas na sala de aula. O mundo é a fonte de conhecimento. Cabe a escola reorganizar esses conhecimentos já existentes.
Considerando que todos os indivíduos são portadores de saberes, Lévy estabelece  como palco para as discussões o ciberespaço, o melhor caminho para as manifestações de inteligências coletivas. O ciberespaço é capaz de comportar tecnologias que favoreçam o processo de obtenção de saberes, entre elas a experimentações, pesquisas, raciocínio, memórias e interações.